quinta-feira, 11 de março de 2010

39ª Concurso Internacional de Redação de cartas

Segue carta que irá representar a escola.
Parabéns ao aluno Guilherme Cirello Casagrande Júnior

Rio do Sul, 12 de março de 2010


Caro Markito!

Quem lhe escreve esta carta é seu amigo brasileiro Guilherme, morador da rua Ipê, n° 49, bairro Jardim Alexandro, em Rio do Sul, Santa Catarina.
Talvez se eu tivesse lhe escrito esta carta antes do dia 4 de junho de 1983, não teria acontecido o que aconteceu.
Se você tivesse acesso aos medicamentos que temos hoje e o conhecimento que temos sobre a doença, conseguiríamos ter evitado o pior. Desde 1983, cada ano que passou, aumentou gradativamente os casos de pessoas contaminadas com o vírus, mas junto com o aumento dos casos, foram aumentando os recursos para tentar combater a doença.
Dois anos depois do que aconteceu, ou seja, em 1985, foi feito o primeiro teste de HIV nos estados Unidos, e dois anos mais tarde foram divulgados os cocktails.
Você não deve estar entendendo o que é isto, então vou explicar. As pessoas que contraíram o vírus, apesar de sofrerem bastante, afinal, até hoje não foi descoberta a cura para a doença, podem diminuir o processo de reprodução do vírus se tratando com os cocktails, que é apenas uma combinação de fármacos com ácidos não nucleosídeos.
Além do mais, os aidéticos hoje em dia visitam os médicos regularmente, tomam vacinas contra gripe e pneumonia anualmente, afinal, caso contrário com uma doença relacionada ao sistema imunológico, as chances de viver seriam poucas, também manteem uma boa alimentação e têm período de descanso e lazer.
Mas tenho uma pergunta a lhe fazer, você sabe por que contraiu a AIDS? Foi porque não soube se proteger. Provavelmente foi porque não usou camisinha na hora da relação sexual, compartilhou alguma seringa, agulha, sêmen ou sangue. Nesta época você e toda a sociedade não tinham compreensão e infelizmente isso aconteceu. As tentativas para a cura da doença não param, incessantemente os cientistas pesquisam, criam e testam antídotos para a cura.
Atualmente também podemos ser muito gratos aos grupos palestrantes, aos jovens multiplicadores de informações e aos médicos que estão sempre presentes nas comunidades e na mídia, o que hoje tornou um veículo influente de informação. Enfim, vinte e sete anos se passaram e a sociedade mudou muito em relação aos pensamentos sobre a AIDS. Na época em que você contraiu a doença, ela era conhecida como “o câncer gay” não é? Pois é, tempos depois foi descoberto que a doença também é transmitida por relações heterossexuais e o preconceito de sua época em relação aos portadores de AIDS e aos homossexuais diminuíram muito.
E, Markito, se você tivesse contraído a doença nos tempos de hoje, não lhe garantiria cem por cento de chance que estaria vivo, mas, com certeza, teria mais chances de sobreviver.
Bom, é isso! Despeço-me de você e prometo que daqui uma ou duas décadas lhe escrevo mais uma carta contando o que mudou, e talvez até dizendo que foi descoberta a cura da AIDS, é uma questão de tempo e avanço médico e tecnológico.
Antes de mais nada, obrigado. Por um lado foi triste, afinal o mundo perdeu um estilista e figurinista de nível internacional. Você foi o primeiro brasileiro influente na sociedade que morreu de AIDS, mas também foi você que contribuiu muito para os profissionais da área médica se interessarem na doença e hoje estarem, pelo menos, mantendo a vida das pessoas mais longa e, consequentemente, mais feliz, afinal, todos tem esperança que, mais cedo ou tarde, seja descoberta a cura da AIDS.
Um abraço e fique bem onde quer que esteja.

Guilherme Cirello Casagrande Júnior.

Um comentário:

  1. Obrigado, a todo mundo da escola! Mais um concurso, e com grande expectativa! Vamos ver no que dá!
    Obrigadão!

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